quinta-feira, 19 de maio de 2011

Reforma Política Brasil 2011

                    


Reforma Política é a denominação dada à união de emendas constitucionais aliada a revisões da lei eleitoral que objetivam o aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro, oferecendo maior correspondência entre a vontade do eleitor e o resultado final das eleições. É observável a preocupação inicial dos novos governos a discussão sobre a reforma política, foi assim no governo de FHC (com algumas propostas implementas) e agora no governo da presidenta Dilma Rousseff,  a problemática volta a tona. Foram organizadas comissões no Senado e na Câmara dos deputados para serem analisadas e discutidas as propostas da reforma política. No Senado a base nas analises são as seguintes propostas: Sistemas eleitorais, financiamento eleitoral e partidário, suplência de senador, filiação partidária e domicílio eleitoral, coligações, voto facultativo, data da posse dos chefes do Executivo, cláusula de desempenho, fidelidade partidária, reeleição e mandato e candidato avulso. Sabemos que todos esses itens são de extrema importância na referida discussão, mas optamos por direcionar nossos escritos ao tema COLIGAÇÕES com algumas passagens nos sistemas eleitorais.
As coligações são estratégias dos partidos políticos que unem-se para disputarem determinada eleição, o que tem como conseqüência direta o ganho do poder por legendas que sozinhas não alcançariam o quociente eleitoral. Essa atividade muito presente no sistema eleitoral contemporâneo, foi criada objetivando a agremiação partidária, onde 4 meses antes das eleições os partidos se unem e durante a eleição compõem um só partido. As coligações apresentam-se mais frequentemente no sistema proporcional de lista aberta, para eleições de deputados federais, estaduais e para vereadores. Esse sistema baseia-se onde cada candidato é ligado a uma legenda, sendo essa de coligações ou de um único partido. Ao votar o eleitor escolhe o candidato e a legenda, onde as vagas são divididas proporcionalmente ao quociente eleitoral. Esse é o atual sistema vigente no Brasil. Existem propostas de reforma também no âmbito do sistema eleitoral, onde são expostas mudanças no voto proporcional de lista aberta para fechada e/ou flexível, o voto distrital e/ou misto e o voto uninominal intransferível, vulgo “distritão”. Dentre tais proposta a que apresenta-se com mais força é o voto proporcional de lista fechada onde os eleitores passariam a votar no partido ou na coligação e a escolha dos representantes de tais corpos seria feita antes das eleições com lista já predeterminada. Sendo alguns dos principais defensores da proposta o senador Wellington Dias (PT), integrante da Comissão Especial da Reforma Política do Senado e a deputada estadual Margarete Coelho (PP) que preside a comissão criada na Assembleia Legislativa do Piauí para discutir a Reforma Política. Afirmam que o sistema de lista fechada fortaleceria os partidos, onde os mesmos passariam a investir em grandes campanhas e filiações ao invés de ficarem com “picuinhas” nas disputas de candidatos do mesmo partido.
Apesar das breves definições o centro das nossas discussões são as coligações e suas várias faces, a disputa entre aqueles que querem extingui-la e os que aprovam a continuidade da atividade no nosso sistema eleitoral.
Nesse cabo de guerra, fato é que os interesses pessoais dos parlamentares infelizmente acabam por contribuírem em muito na tomada de decisão. O cientista político David Fleischer afirma que o pensamento do parlamentar é “ isso vai ajudar ou não minha reeleição?”, logo apresenta-se aqueles inúmeros impasses que presenciamos com frequência nas discussões políticas.
Dentre aqueles que defendem a extinção de tal pratica no sistema eleitoral (que até o momento apresenta certa maioria) podemos citar o PT, PSDB, PMDB, PP, PSOL, DEM e etc. A base argumentativa desses, é que a proposta deve consistir na extinção de coligações nos cargos proporcionais (deputados federais, estaduais e vereadores), mas ser mantidas nos cargos majoritários (presidente, governador, prefeito e senador). Tais partidos alegam que as coligações nos cargos proporcionais distorcem a verdadeira vontade do povo. Humberto Costa (PT) afirma que a coligação é "a própria negação do voto proporcional e a própria negação da existência dos partidos". Por parte do PSDB temos o senador Aécio Neves que afirma que “a coligação é uma grande distorção do nosso processo representativo”. As idéias difundidas no âmbito eleitoral com relação às coligações é que as mesmas não apresentam-se de forma tão eficaz para o transito normal da democracia. Outro argumento forte utilizado pelos que defendem a extinção é que acontece constantemente que partidos com interesses contrários unem-se não por compartilharem idéias comuns aplicáveis na sociedade e sim pelo interesse de garantirem o maior número de vagas no parlamento. Alerta o cientista político Ricardo Arraes que esse tema apresenta-se como uma faca de dois cumes, com pontos positivos e negativos argumentando que “se de um lado o sistema proporcional pode "gerar injustiças" com aqueles que conseguiram obter uma boa votação, de outro, possibilita a entrada de "pequenos" no Poder”. Mas finaliza afirmando que uma das saídas mais viáveis é o fim das coligações, onde destaca que “prefiro que os partidos políticos disputem as eleições de cara limpa”, pois as coligações mascaram a realidade política onde muitas das vezes o resultado final não esta em concordância com a vontade popular ao depositarem seus votos nas urnas. Para o senador Wellington Dias (PT) e a deputada estadual Margarete Coelho (PP) o fim das coligações fortaleceriam em muito os partidos políticos, que nos últimos anos vem cadencialmente perdendo suas forças por direcionarem suas eleições a grandes nomes como de celebridades, jogadores de futebol, músicos, atores, palhaços e dentre tantos outros. Destacando Margarete Coelho que expõe “não faz sentido fazer uma coligação se as suplências ficam sendo dos partidos e não das coligações”.
            Já na outra face da discussão está aqueles de defendem a manutenção das coligações partidária, tendo como principais representantes o PCdoB, PSC e PPS. Dentre os argumentos expostos por seus representantes o que observa-se é que, o fim das coligações atenderiam aos interesses dos grandes partidos que julgam não precisarem participar de coligações para conseguir eleições de seus candidatos. Os médios e pequenos partidos afirmam que é antidemocrático suprir esse direito, pois impede o acesso dos mesmos ao poder em pé de igualdade com os grandes partidos. O deputado Daniel Almeida (PCdoB) afirma que a coligação “é a essência do princípio constitucional do direito de liberdade de organização partidária. Não é impositivo, faz quem quer, mas deve existir o direito de coligar”.
Outro item abordado é que com o principal objetivo com o fim das coligações é manter a “ordem” aparente, onde limita-se a possibilidade de crescimento e participação dos partidos médios e pequenos favorecendo assim a hegemonia dos grandes partidos nas decisões políticas. A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) é bem firma ao expor “por que os grandes partidos não defendem também o fim das coligações nas eleições majoritárias? (para prefeito, governador e presidente). A resposta é simples. Por causa do tempo de TV”.
Sendo o texto da Resolução do PCdoB:

"A coligação faz parte do repertório de instrumentos dos partidos, que são livres para atuarem sozinhos ou em aliança para alcançar seus objetivos de representação. Elas integram a liberdade de ação partidária garantida como direito fundamental em nossa Constituição. [...] Entendemos que a reforma política deve servir para dar mais e melhores opções de escolha e de controle aos eleitores sobre seus representantes. E não para restringir essas opções ou para favorecer, artificialmente, o congelamento do atual quadro partidário em nosso país.”


Ana Cristina da C. Santos

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Novas Alianças Partidárias motivam traições ...

                          



Ao se tratar de ética na política, abordamos quase que consequentemente o assunto do CERTO x ERRADO. A ética define aquilo que é coerente ou não ao ato político, as decisões a serem tomadas, ao que se refere a população e a afeta.Muitas decisões que são tomadas dentro da política não são aprovadas pela população, mas procedem num âmbito ético da própria política e é por isso que chamamos de Ética Especial.
Existem certas situações nas quais o homem não pode agir conforme a moral e tais situações tornam o cenário político muito mais complicado, pois é nele que a população se firma e é nele também que ela desacredita.
É  cada vez mais comum nas relações políticas a conexão AMIGO x INIMIGO (sujar as mão de sangue ou de lama), onde é cada vez mais nítido a inconstância nas relações coligarquicas no DF. O que temos que analisar é que a política não é rígida e fixa (teleologia), mas sim alvo de objetivos variados; o que cabe ser citado são os casos especiais como o do objeto de nossa analise, a política em si é uma disputa de interessados partidos políticos visando um fim comum, ou seja, conseqüência da ação e não os meios, cabendo assim a afirmação legal mas não necessariamente legitimo.Citamos uma opinião própria todas essas situações fortalecem a proliferação da concepção moderna de política, com o distanciamento da tal pratica da sociedade (maior interessada). Se política tem que ser feita para a sociedade fica um paradoxo, se na sociedade a MORAL está constantemente presente, por que na política séria diferente?
Na política muitos atos que seriam condenáveis as pessoas comuns, não as são na vida política, pois a atividade política tem um regime particular (ética profissional), logo na ação política para que se tenha um resultado (grandes realizações) é necessário subordinar à moral as exigências políticas. Dentro de tal linha de pensamento os políticos visão de imediato o resultado, querem alcançar o governo (poder) independentemente do pensamento moral.
A política atual encontra-se em um estagio delicado, em uma eleição temos aliados e aliados, em outra temos aliados e inimigos. Tais alterações (junção de dois partidos opostos) são benéficas quando feita para a melhoria  e contribuição para o bem da população, sendo assim no âmbito político, quando visa-se o bem comum a moral pode não ser o meio principal para tal realização.
O que cabe a políticos e sociedade usarem de meios interessantes para que o “fim mínimo da política” seja alcançado.

Ana Cristina da C. Santos

Faces de uma mesma Brasília




O memorial JK é um museu que conta um pouco da historia de Brasília e de seu idealizador Juscelino Kubitschek, no local encontramos diversas informações sobre todo o período da construção ate os primeiros anos da nova capital. Um ambiente com profissionais extremamente qualificados que oferecem ao publico visitante detalhes que auxiliam os objetos expostos, no desenvolvimento de uma visita agradável e que acrescenta muito para o conhecimento histórico social da nossa cidade e do nosso país.
Passei por todos os setores do museu onde logo na entrada encontramos as mais variadas fotografias de JK, seu diploma acadêmico e alguns objetos pessoais como: sua aliança, caneta de assinaturas simbólicas, seu estetoscópio dentre outros. Seguindo adiante com a visita já no segundo andar do museu temos fotografias ampliadas com fotos iniciais da construção de Brasília, JK e sua esposa, personalidades da política e um pouco da descrição teórica sobre todo o trabalho durante o processo de transferência e construção da nova capital do Brasil.
Um ambiente riquíssimo em informação histórica possibilita que por meio de imagens, vídeos, escritos e o auxilio explicativo dos monitores, construirmos um conhecimento alem do extra curricular tanto do ensino médio como do acadêmico. Em exemplo podemos citar um pouco da historia do catetinho inaugurado em 10/11/1956 que tornou a casa comum do presidente, engenheiros, arquitetos durante o período da construção. Destacamos também a informação de que a própria constituição federal de 1891 determinava os limites e a localização da nova capital. Posterior a determinação constitucional organizou-se uma comissão de pesquisa com 22 membros para que coletassem dados sobre topografia, clima, hidrografia, geologia, fauna, flora e diversos outros aspectos ambientais sobre o cerrado. Luis Cruls capitão da comissão também foi o responsável por sistematizar as informações coletadas disponibilizando-as em um guia sendo este um dos mais importantes do nosso ecossistema.
Essa foi uma atividade complementar que incentiva os acadêmicos a transferirem-se dos ambientes comuns de ensino percebendo assim novas perspectivas de aprendizagem. O que infelizmente é perceptível é que a própria população não lhe propicia visitas como estas alegando as mais diversas desculpas e perdendo a oportunidade de estar em um ambiente onde se respira historia. Trago a vocês uma analise onde afirmo que Brasília não é só a capital, a população de Brasília não é só a de Brasília (chega a ser paradoxo), mas sim todo o Distrito Federal; tem um preconceito empírico e ate mesmo inconsciente que insiste em restringir a historia de Brasília a capital dos grandes projetos, das grandes personalidades e volto afirmar Brasília não é apenas isso. No museu temos muita informação sobre JK, sua vida pessoal e política, mas são pouquíssimas as referencias aos operários a “rale” da capital. JK foi o fundador, idealizador da nova capital ninguém lhe tira o mérito do feito, mas e o “povão” que cedeu seus braços ao serviço pesado, para por de pé Brasília? E as referencias, homenagens, o museu do povo? Volto a repetir existem sim referencias citações, mas é em numero reduzidíssimo comparado a essencialidade dessas pessoas como parte ativa na construção de Brasília. Por isso titulei meu escrito como “faces de uma mesma Brasília”, mesmo umas mais explicitas que outras; somos um todo variante que unidos fazem parte de um conjunto. Cada um com sua individualização acrescida em um comum de sucesso.
Enfim é uma visita interessantíssima, aconselho a todos mesmo que não sejam turistas a visitarem e propiciarem-se um pouco de cultura sobre a nossa cidade.




Ana Cristina da C. Santos

Palestra: “Cultura Política e Questões Raciais”

                     


♪♫ Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo ... ♪♫ 
        (Metamorfose Ambulante – Raul Seixas)

Inicio esse registro com tamanho sentimento, expresso apenas nesse trecho inicial da citada música. A palestra inicia-se com a argumentação de um professor da disciplina de IES que defende a importância da mesma na universidade e mais, expõe de forma muito autêntica o quanto é reduzido o acesso de jovens as universidades de qualidade, onde ele afirma que fazemos parte de uma “elite” e como tal devemos ter em mente a importância do nosso papel como jovens acadêmicos na sociedade e como parte integrante daqueles diferenciados propícios a fazerem a diferença. 
Posteriores ao discurso do professor foram apresentadas duas paródias com temáticas bem interessantes. Inicialmente tivemos os impasses de quem tem computador no mundo globalizado e as dificuldades sistemáticas apresentadas pelo mesmo, após apresentou-se o dilema de um jovem na escolha de um curso universitários passando por alguns testes como pré-vestibular, teste vocacional sem êxito, por fim consegue uma bolsa de estudos na UCB, todas historias simples, mas que traz uma informação empírica que possibilita debates saudáveis.
Chegamos assim ao centro de nossas discussões com o professor Carlos Alberto com o tema central “Racismo e relações raciais no Brasil” com enfoque na juventude, direitos humanos  e verdade.Muito descontraído o professor comenta sobre a animação do grupo, característica marcante da juventude, onde afirma: “Não se pode construir conhecimento sem animação”, o mundo e a sociedade são jovens, logo como objetivos temos que buscar sempre a transformação, cada grupo a sua maneira mas que a mudança seja algo benéfico ao conjunto. Como já dizia a musica de Raul Seixas “Eu quero dizer agora, o oposto do que eu disse antes” na sociedade contemporânea tudo está em constante transformação o mundo e as relações estão extremamente aceleradas, logo não podemos ter uma “velha opinião formada sobre tudo”, uma visão de mundo único e unilateral, o jovem é composto de musica, poesia e rebeldia sendo assim aceitar idéias pré-postas não devem ser características dessa geração tão aberta a novidades.
Mas infelizmente ainda existem as “velhas opiniões”, os chamados tabus temas que elegemos e que em sua maioria não estamos dispostos a discutir. Dentre estes citemos o racismo, a discriminação étnica. Na universidade exigem-se métodos e análises, logo não podemos chegar apenas com os nossos preconceitos, nesse ambiente lidamos com conceitos estudados e abertos aos mais variados tipo de debates.
Dados apresentados pelo professor tendo como fonte a ultima pesquisa do IBGE aponta que a miséria tem localização, idade e cor (nordestinos,  jovens até 19 anos e pardos/negros). Infelizmente ainda temos dados como esses que nos fazem retomar antigas discussões sobre “que país é esse?”. Se não bastasse tanta desigualdade social temos também como consequência direta a discriminação, os preconceitos todos apresentados de forma muito sútil, pois o racismo no Brasil apresenta 3 características básicas: é sutil, velado e ambíguo, o que faz com que as pessoas o aceite de forma natural e normal. Nossas relações são pautadas por interesses próprios, como se o outro não tivesse humanidade. Nossa sociedade cada vez mais se estratifica, mas com toda sutiliza para que todos permaneçam na “ordem” sem provocar grandes alvoroços.
Quando falamos de favela, adjetivos como favelados, pretos, pobres são automaticamente ligados a referida palavra. Nas academias de policia até algum tempo tínhamos o chamado o individuo suspeito, o tipo padrão e como ele é ? Favelado, preto e pobre.
Outra questão diferencial que se pode perceber no decorrer da palestra foram algumas risadas quando tratava-se de assuntos de uma imensa complexidade. Afirma-se que quer fazer as pessoas rirem escancare os problemas da sociedade tratados como tabus. Exemplo disso quando o professor falou que antes “bonecos pretos só se fosse de vudu”, por traz da enxurrada de risadas temos uma questão gravíssima que em nenhum momento apresenta de forma cômica para aqueles que sofrem de tal discriminação.
Só vai haver mudança se a nova geração assumir o compromisso de alterar o estado atual das coisas. O mundo é maravilhoso em sua diversidade. Temos uma lei normativa que regula as atitudes discriminatórias, mas a lei em si não muda a mentalidade das pessoas temos que enxergar que dado é diferente de informação que por sua vez é diferente de conhecimento, precisamos mudar o foco e o olhar, pois imagens falam de idéias que por sua vez podem ser discutidas e definem comportamentos.
Sendo assim é necessário inicialmente admitir que não vivemos em uma democracia étnica, que o racismo existe e apresenta-se das mais variadas formas possíveis. Devemos olhar para o lado e romper com esse individualismo medíocre, enxergarmos que o nosso sucesso depende também do sucesso da coletividade.

Ana Cristina da C. Santos

Estudo de Caso "Luislinda Valois"

                            


Estudo de Caso
Dentro do âmbito jurídico na área do Direito, trazemos um exemplo de superação social e étnica  e que hoje é uma das mais renomadas desembargadoras do nosso país.
Luislinda Dias de Valois Santos,67 anos, filha de lavadeira e de um motorneiro de bonde. Nasceu em Salvador, morava na Av. Barros Reis. Sua infância foi extremamente pobre, cresceu aprendendo a superar obstáculos sócias e étnicos.Teve avô escravo, e logo na adolescência já tinha uma enorme responsabilidade de cuidar  dos irmãos menores devido a morte de sua mãe precocemente. Só se formando advogada aos 39 anos.
Foi no Colégio Duque de Caxias, na Liberdade, que ouviu a sentença de um ex-professor, irritado por causa de seu pobre material escolar: “Se não pode comprar é melhor parar de estudar e ir cozinhar feijoada na casa de branca”. A partir desse dia Luislinda decidiu qual profissão seguir, escolheu a magistratura para fazer a mínima diferença em um país com tantas injustiças e preconceitos.
Mãe do promotor de justiça Luis Fausto - que atua em Sergipe -, e avó de duas meninas, Luislinda diz que sempre falou para eles que ser negro é maravilhoso. Mas também que não era para deixar ninguém tomar conta deles. “Sou muito séria nas minhas posições. Não posso vacilar, afinal sou negra, pobre, vim da periferia, sou divorciada e ainda sou rastafári”, brinca.
Alem de ser a primeira juíza negra brasileira, Luislinda também foi a primeira a dar uma sentença tendo como base a Lei do Racismo. Luislinda é um exemplo vivo de pessoas que foram capazes de reconstruir a vida diante de uma situação adversa.
Alem de desembargadora, Luislinda também escreve. Lançou, em 2009, a obra O Negro no Século XXI, livro que convida o leitor a redescobrir a história dos afro-descententes no Brasil com o discernimento de quem conhece profundamente suas origens. Como muitos brasileiros, ela sentiu na pele o peso do racismo ainda jovem quando foi "aconselhada" por um professor a deixar de estudar para cozinhar feijoada na casa de brancos.
Em grito de protesto, a cada parte do livro, a autora pontua, de forma simples e direta, o processo histórico causador da desigualdade social e racial em nosso país. Dividido em 18 capítulos, a obra é um avocar para uma reflexão sobre o retorno que a sociedade tem dado ao povo negro, em vista de sua contribuição social, econômica e cultural, ao longo dos séculos.
“Cada negro letrado no Brasil tem a obrigação de sistematizar as suas próprias lembranças. A experiência de cada um é um trecho da realidade vivida”, Ubiratan.
Luislinda Dias Valois é também idealizadora dos Balcões de Justiça e Cidadania, do Juizado Itinerante Marítimo Baia de Todos os Santos e da Justiça Bairro a Bairro, criados com objetivo de facilitar o acesso da população carente aos serviços judiciários.

Ana Cristina da C. Santos

Iniciação ao Projeto de Pesquisa "Ascensão Profissional"











Ana Cristina da C. Santos

Homofobia

                             



Homofobia: os problemas e preconceitos de uma sociedade

A sociedade contemporânea ao decorrer do tempo passa por mudanças cada vez mais pontuais, dentre tais citemos o homossexualismo.
O número de homossexuais na sociedade brasileira é cada vez maior, sendo assim a questão levantada é a existência de uma legislação própria em defesa de tal categoria.
Os homossexuais são alvos constantes de preconceitos e exageros perante a sociedade; até mesmo as novelas globais influenciam uma visão distorcida da realidade.
Mas o principal problema é quando esse preconceito  e discriminação vem seguido de violência de qualquer espécie a chamada HOMOFOBIA, sendo assim como combater essas praticas desumanas sem uma legislação especifica?
Definimos 3 principais palavras relacionadas ao problemas:
RACISMO: hierarquia entre etnias com atitudes de hostilidade;
PRECONCEITO: sentimentos não condizentes com ditames sociais e morais convencionais
(raciais, sociais, estereótipo);
DISCRIMINAÇÂO: pior ou injusto dado a alguém por causa de características pessoais não se considerando os princípios de igualdade.
No Brasil a primeira legislação que trata do assunto é a lei nº. 1390 com preconceito de RAÇA ou COR. Em seguida a lei nº. 7437 com preconceito de SEXO ou ESTADO CIVIL.
Em 1988 a Carta Magna em seu artigo 5° RACISMO: crime inafiançável e imprescritível.
Em 1989 ocorre um retrocesso; lei nº
  7716 preconceitos APENAS para raça ou cor.
Com  tais indicadores que não citam em nenhum momento casos especiais e pontuais da sociedade brasileira chegamos ao Código Penal brasileiro de 1997 lei nº. 9459:
Art. 1°: discriminação ou preconceito raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Com todas essas pontuações chegamos à conclusão de que é possível a pratica de preconceito e discriminação contra homossexuais, pois não existe uma norma repressora eficiente e, além disso, programas que leve tais situações a conhecimento da sociedade comum.
Existem leis direcionadas aos homossexuais como a lei nº 7437, mas não são eficazes contra a prática da homofobia que muita das vezes fica sem punição.
A constituição garante liberdade, dignidade humana, vida, segurança e igualdade, mas isso em tese porque na prática vemos um cenário muito diferente; homossexuais são diariamente agredidos e alvo de discriminação e preconceito. Vivemos num país movido pela consciência cultural, cabe trabalhar na cabeça de cada cidadão tais princípios previstos  em constituição. Em um país com tanta diversidade (em todos os campos) não tem sentido tais praticas em pleno século XXI.

Fonte: Revista Jus Vigilantibus, Sexta-feira, 14 de Setembro de 2001 de Autor: Antonio Baptista Gonçalves

Ana Cristina da C. Santos

Citações do Livro: "O que é realidade" - DUARTE JÚNIOR, J.F.

                           



A aprendizagem da realidade

“O processo de aprendizagem da realidade é denominado socialização.”
“A socialização pode ser dividida em duas fases: a primária e a secundária.”
“A socialização primária é básica e fundamental, toda e qualquer aprendizagem subseqüente [SECUNDÁRIA] deve se apoiar nesses alicerces construídos na primeira infância.”

É muito comum a gente não parar para fazer uma análise crítica sobre a importância da base e educação familiar. Os primeiros anos de vida são essências para a construção dos princípios e valores de um ser. A boa educação familiar reflete em quase todos os campos na vida de um adulto.
As referidas citações atentam justamente para isso, é a partir da infância que o mundo e a realidade são apresentados e é com base nessa socialização primária (que eu chamo de educação e convício familiar) que basear-se-á todas as outras formas de contato com a sociedades e suas diversas formas de apresentação. Já a socialização secundaria rompe em partes com o âmbito familiar e projeta-se para a vida em sociedade “interiorizamos submundos” exemplo de tal socialização são as relações: no trabalho, na universidade, com os amigos entre outros.
A diferença mais explicita das referidas formas de socialização é que na PRIMARIA nós temos “uma alta dose de afetividade” afinal estamos falando de família sentimento e emoções o que não acontece na SECUNDARIA que se apresenta de forma mais  “acional e planificada ... [com sequências lógicas e pedagógicas]’’ muito característico do âmbito educacional com o convívio com os professores!

Gostaria de finalizar minha citação com dois trechos de grande relevância para compreendermos melhor tal diferenciação.
“A socialização secundaria pode ser alvo de abalos e desestrutura tal fato não provoca choques muito sérios no individuo, pois trata-se de conhecimentos(teóricos) pouco coloridos emocionalmente e que podem ser facilmente ser substituídos por outros sem grandes danos.’’ [com adaptações]
 “Já na visão da socialização PRIMARIA à coisa complica quando tais abalos e desestruturações atingem os valores e a visão de mundo adquirida na infância e sedimentada na vida adulta. Nesse nível estão envolvidos aspectos fortemente emocionais, e abalos nessas dimensões são sentidos pelo individuo com fissuras em sua própria identidade.” [com adaptações].

Ana Cristina da C. Santos

Resenha do Livro: "A Águia e a galinha" de Leonardo Boff

                                       


Resenha do Livro “A Águia e a Galinha” de Leonardo Bolf

A obra “A Águia e a Galinha” de Leonardo Bolf aborda em forma de metáfora a condição humana nas diversas variantes na realidade do imenso universo. O mesmo inicia-se seus escritos levantando discussões sobre as diferentes hermenêuticas onde cita: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”, e “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam”, onde suscita em cada um de nós a indagação das diferentes interpretações que em sua maioria baseiam-se nos conhecimentos e experiências do individuo.
Fazendo um breve histórico sobre a África e diferentes colonizações que existiram nos continentes deparamo-nos com uma questão muito discutida nos últimos anos, a questão da liberdade não apenas de tornar-se independente mas de quebrar com antigos paradigmas que apresenta resquícios até os dias de hoje. A sociedade contemporânea está impregnada de modismos e “modelos pré-estabelecidos” e que muitas vezes a nossa LIBERDADE acaba por ser engaiolada por tais, sendo aqueles que vão contra tais entendimentos vitimas de preconceitos e exclusão por parte daqueles que julgam serem os donos de tais atividades, e até mesmo pela sociedade leiga que infelizmente não consegue enxergar o principal objetivo empírico de tais atividades.
No decorrer dos escritos chegamos ao ponto central de toda a discussão estabelecido por um político que também era educador chamado James Aggrey nascido em Gana, África Ocidental é autor de uma história que sem dúvidas acrescenta em muito na vida e nos conhecimentos de todas as pessoas. Baseado em experiências no seu país e em todo o processo de colonização, Aggrey escreve sua belíssima historia. De forma resumida baseia-se em uma águia que foi criada como galinha desde que era um filhote, durante todo seu desenvolvimento a águia era mantida em um ambiente comum aos das galinhas absorvendo assim todos os hábitos da espécie. Depois de alguns anos um naturalista ao visitar o camponês proprietário das criações alegou que mesmo sendo criada como galinha, a águia continuava a ser águia, logo iniciaram a tentativa de devolver a águia ao seu habitat natural, depois de algumas tentativas, mesmo com muito receio do animal de voltar àquele ambiente que era estranho a ele, o mesmo voou e retornou ao seu âmbito natural. Essa historia foi repetida pelos hebreus com algumas diferenças, mas a essência e a mensagem transmitida apresentam-se a mesma.
Leonardo Boff desenvolveu várias pesquisas a respeito da águia, o que possibilitou a magnífica metáfora exposta por ele em sua obra. O autor traz essa história para nossas vidas apontando que muitas vezes nos deparamos em situações como a da historia de James Aggrey, nós seres humanos temos dimensões águia e galinha, sendo a distinção feita pelo autor em que a dimensão galinha ganha em nossa realidade sinônimos como: realidade, necessidade, história, fato, corpo dentre tantas outras. Já a dimensão águia como: sonho, desejo, utopia, idéia, alma.
Sendo assim entendemos que a mais difícil consideração que podemos fazer sobre nossa existência é a ponderação, buscar o ponto de equilíbrio dentre essas dimensões tão apostas, mas ao mesmo tempo tão complementares e fáticas em nosso cotidiano. Inúmeras vezes nos deparamos em situações crucias de decisões, onde tal escolha decidirá e influenciará diversos setores em nossas vidas, buscar a razoabilidade e ponderar não é tarefa fácil, mas é essencial para a própria existência e construção da personalidade humana.
O autor faz muitas considerações a respeito do universo, expondo-o como complexo e que os cientistas por meios das especializações, divisões tentam reduzir o complexo ao simples e que a conseqüência direta de tal ação é que “ganha-se em detalhe mas perde-se a totalidade”.Esquece-se  muitas vezes o ser em favor do existir e do ter. Formando dualismo ao invés de dualidade que enxerga o comum, o participativo onde todos compõem a mesma complexidade.
Seria muita pretensão afirmar que a realidade apresenta-se de forma simplista pois “o caos nunca é absoluto, e a ordem jamais estável” a principal busca é a do equilíbrio. Procurando sempre o complementar inserido na totalidade assim conferindo dinamismo e elegância a realidade.
Outro fator alvo de apontamentos e metáforas no texto é questão do corpo e da alma onde o complexo é constituído de corpo e alma “ele não tem corpo e alma. É corpo e alma”. As pessoas freqüentemente insistem em separá-los errando constantemente, pois os mesmo são complementares tentar separá-los é cair no erro das especificações, detalhamento, reduções e divisões perdendo assim o todo, a totalidade que ambos apresentam, e como consequência perdendo também a belíssima essência do conjunto.
Outro item contraposto pelo autor é a religião e a fé, onde se divide a realidade em concreta e complexa, onde a religião é concreta caracterizando-se a dimensão galinha, onde temos preceitos e regras estabelecidas para seguimento. Já a fé apresenta-se na dimensão águia, pois nesse âmbito não temos normas nem palavras adequadas tudo se direciona a “grandeza transbordante de Deus”.
Cada ser humano tem si sentimentos próprios e obstáculos pontuais, o ambiente muitas vezes é determinante para o futuro de tal, mas não se trata de uma regra indiscutível,  afinal todos nós temos um pouco de águia e de galinha, o que acontece que muitas vezes nos submetemos ao comodismo, ao conformismo e ao pragmatismos aniquilando nossa dimensão águia fugindo assim dos desafios apresentados. “Um fraco mais um fraco não são dois fracos, mas um forte” temos que quebrar com tais determinações, cada um tem inúmeras potencialidades que trabalhadas em conjunto trará benefícios imensuráveis e inimagináveis.
Em cada um de nós existe um “herói/heroína”, não trata-se daqueles com super poderes massificados e sim aqueles “heróis/heroínas” do cotidiano, pois já dizia o poeta “Caminhante não há caminho. Faz-se caminho ao caminhar”. No nosso dia-a-dia somos lutadores, que enfrenta os obstáculos mais variados na longa caminhada da realização. Temos que ser sábios, sabedoria essa que é construída ao longo da caminhada, dentre as diversas virtudes citamos a humildade como já dizia o filosofo Sócrates “só sei que nada sei”, onde se conclui que a sabedoria ultrapassa muitos limites, e que o verdadeiro sábio é aquele que se posiciona como constante aprendiz, aquele que aprende com o todo e não se contenta com o que sabe, que apresenta-se de forma tão pequena comparado com a imensidão e a complexidade do universo.
Logo finaliza-se com apontamentos de que não devemos não restringir a sermos galinhas (apenas recebendo e obedecendo mandamento) e nem apenas águias (fugindo do real tendo o onírico e o idealismo como alicerce da realidade).Devemos nos posicionar e utilizar de nossas armas, para trilharmos nosso caminho da melhor forma possível, não é uma missão fácil buscar o equilíbrio de ambas dimensões mas ninguém disse que seria fácil, a luta é constante ao “peregrino”, buscar cada vez viver melhor em sintonia com a totalidade, buscar a sabedoria com humildade sem jamais esquecer que VOCÊ faz parte ATIVA integrante da totalidade complexa, que o individualismo não é o caminho, que o egoísmo não é saída. As vezes diante das dificuldades pensamos que tais palavras não passam apenas de um discurso ideológico e moralista que na prática são apenas belas palavras, mas retomo ao exemplo da águia que machucada dependeu de um bom homem que pudesse cuidar dela e não extinguir a possibilidade de reconstrução de uma nova historia. Sendo assim deixo-lhes a mensagem de que o bem sempre vale a pena, por menor que seja a iniciativa esta sempre fará a diferença na vida dos envolvidos.



Referência Bibliográfica:

BOFF, Leonardo. 
A águia e a galinha, a metáfora da condição humana. 40 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

Ana Cristina da C. Santos é acadêmica do Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília – UCB Campus I - Taguatinga / Maio de 2011.

Fichamento do Livro A Construção das Ciências – Introdução à filosofia e a ética das ciências - FOUREZ, Gérard

                                       



O capítulo 2 aborda o processo da investigação científica partindo de que a definição não é o início do conhecimento e sim o fim. Pois, para chegar a  uma conclusão é necessário uma série de processos investigativos, de observação, experimentação e por fim a conclusão.Sempre diferenciando o olhar subjetivo do objetivo para que tal crítica chegue a ser uma definição científica.
“Primeiro, se afirma uma tese, isto é como a realidade se apresenta [...] depois uma antítese, ou seja, a negação da tese, negação que é provada pela aparição de outros  pontos de vista [...] enfim uma síntese uma nova maneira de ver [...] não sendo esta uma visão absoluta das coisas.”
Este trecho descreve o processo da construção dos métodos e conhecimentos científicos. Tudo parte de uma tese (teoria) da realidade onde observa-se o que existe, não de forma fixa, mas utilizando conhecimentos prévios para fundamentação da afirmação. O segundo processo é a negação onde inicialmente questiona-se a tese para que se apresente certa legitimidade (tanto cientifica, quanto social) para dar continuidade à investigação. Por fim cita-se a síntese uma conclusão de todo o processo onde se apresenta as conclusões, não tomando tal como verdade absoluta, mas sendo um argumento bem, fundamentado.
  “As ciências partem de uma observação fiel da realidade.”
Todo conhecimento cientifico parte do real (“lembrando o texto “realidade”, a mesma apresenta-se de forma muito relativa”), não restringindo a realidade palpável e sim aquela que é “aceita” na sociedade e no meio científico. É essencial que a fundamentação das ciências sejam baseada no real, pois a mesma tem como base a visão objetiva, direcionada a comprovação do apresentado real.
“Digo que é um fato se considero que é algo indiscutível, que ninguém pelo menos até agora, o coloca em questão.”
Para chegar-se a conclusão “fato” analise-se inicialmente uma interpretação teórica particular, posteriormente é necessário todos os processos de investigação. O fato é um “modelo de interpretação”. Sempre se apoiando na comprovação e legitimação do meio cientifico para que seja bem aceito. Mas tal definição não é fixa com a passar nos anos com novas investigações pode acontecer uma variação ou ate mesma derrubada de tal definição.
“Se tenho um giz verde [...], considero-o como vermelho porque sou daltônico [...] minha interpretação é subjetiva. [...] Todavia, se falo de um giz verde, utilizando as noções de giz e de verde e várias outras [...] minha observação é objetiva.”
Todo observação e interpretação partem de um pressuposto do sujeito. A mesma apresenta algumas variações prescindíveis para uma síntese (conclusão) satisfatória. A interpretação subjetiva parte do individuo único, suas percepções particulares e ate mesmo certos vícios e verdades absolutas intrínsecas que influenciam conceitos próprios, muitas vezes com pouca fundamentação. Já a interpretação objetiva baseia-se em uma analise fundamentada em conceitos pré-determinados provindos de certas convenções transitadas na analise e desenvolvimento do método.
 “Não imagino nada a respeito do real ultimo.”
A ciência não parte nem do início, nem do fim e sim dos meios. Quando falamos de não parti do inicio fundamenta-se em que o início não é possível defini-lo com precisão sempre existe algo anterior a aquele ponto de partida. Não parte-se do fim porque ele é a conclusão de uma série de procedimentos anteriores. Parte-se dos meios utilizados a chegar a síntese. Toda a argumentação fundamenta-se de um longo processo de investigação que terá como objetivo o alcance da síntese bem desenvolvida e aceita do meio social e cientifico.
“Se as observações contêm sempre elementos de interpretação e de teorias, não se vê como se  poderia partir de uma observação que seria “o ponto de partida indiscutível da ciência”[...] Chega-se portanto sempre tarde demais para descobrir o primeiro ponto de partida.”
Um exemplo claro para esse trecho seria o estudo da criação do universo, quando os cientistas descobrem algo, logo percebem que então longe de encontrar o ponto de partida de tal fenômeno.
“ Os cientistas, por conseguinte, não são indivíduos observando o mundo com base em nada; são os participantes de um universo cultural e linguístico no qual inserem os seus projetos individuais e coletivos” ( Prigogine & Stengers, 1980)
Esse trecho nos mostra que o cientista, diferentemente do que pensamos, ele está inserido nos contextos sociais, políticos etc. Pois, ele necessita dessa sensibilidade para que, a partir daí possa criar definições técnicas. Em outras palavras, a observação científica nunca é passiva, precisa de uma organização da visão, seguida de uma interpretação em termos teóricos pré-adquiridos, para que passe a ser um projeto.
“Temos  com freqüência a impressão de que o que nós observamos é verdadeiramente o real. O sentimento de realidade  é um sentimento subjetivo e afetivo que faz com que  tenhamos confiança no mundo tal como vemos.”
A realidade é algo individual, depende do mundo em que cada um está inserido, por exemplo, um bebê enxerga como realidade a realidade de seus pais, pois é aquele mundo que ele vive. Devemos lembrar também que os cientistas possuem com freqüência a impressão de ver o real, a realidade científica, e como a grande parte da população não enxerga da mesma forma eles ficam com o sentimento de irrealidade, muitas vezes nem crendo em suas observações e acabam desistindo da pesquisa.
“ A importância dessa revolução copernicana é de legitimar a visão da ciência que a apresenta como um processo absoluto e de modo algum histórico. Psicologicamente, essa mudança de perspectiva é difícil, pois essa idéia da subjetividade como construção-criação implica uma errância, a renúncia à certeza de um já-la à espera da descoberta”( Benasayag, 1986, p. 42-4).
Esse trecho discute a questão que o povo em geral está acostumado a aceitar a ciência como verdade absoluta, sem antes contestar pelo medo de ser em vão, receosos de encontrarem o mesmo resultado e de nada adiantar suas pesquisas. Lembrando a bravura de Copérnico em ir contra a ciência da época - a igreja católica - e descobrir que o sol está parado e o restante dos planetas que giram ao seu redor. Tal fato ressalta a necessidade da investigação e da contestação da ciência por todos.

Ana Cristina da C. Santos e Ana Caroline A. Veloso